quarta-feira, 17 de março de 2010

São Domingos

São Domingos, fica próximo a Valente. Sertão sossegado de gostoso. Parte do sisal vinha de lá, não sei como é hoje. Conheci São Domingos através de uma amiga, Sonia, fizemos um curso juntas e ela me chamou para passar uns dias com ela. Foi prá lá de bom, a mãe dela, acabou sendo minha “idola”, carregava o balde de água na cabeça sem cerimônia, lavava e ainda lava a roupa de todos, de cócoras, e esfrega e esfrega, e quara algumas peças, enxágua e pendura no varal. Cedinho já está de pé varrendo a calçada, coisa que não me imagino fazer, acho muito legal, mas eu não faço. E que disposição, vai a pé para tudo que é canto. Aliás, a maioria anda a pé, pois tudo fica logo ”ali”. Sonia tem uma filha, hoje uma moça muito bonita, conheci as irmãs todas de Sonia, uma mais alegre que a outra, todas tem o nome começando com “S”, achei super legal, e até a sobrinha de Sonia tem o nome começado por “S”. Solange uma das irmãs de Sonia trabalha em Salvador, e nos víamos com mais freqüência, e com isso hoje a considero como irmã, sabe toda minha vida. Foi na casa de Solange que morei um bom tempo, quando vendi o apto para comprar um casa, até as caixas ficaram empilhadas na sala dela, e outra parte no quarto dela. Peço a Deus que continue iluminando-a, pois não tenho como agradecer tamanha generosidade e paciência, sim, paciência, pois eu ficava muito nervosa por não encontrar a casa logo,e ela sempre me acalmando, conversando comigo e acabei encontrando. Voltando a São Domingos, me apaixonei pelo lugar e aprendi muito, por exemplo, eles usam água de chuva, que é recolhida através de cisterna. Para beber é necessário coar com um pano e deixar no pote de barro por uns dias. A água fica saborosa, não sei explicar, afinal água não tem gosto, mas esta tinha o sabor de fresquinha, talvez pelo pote de barro. Por isso, economia de água era e continua sendo fundamental. A forma de lavar louça, roupa, era feito de maneira a se consumir o mínimo possível. Aprendi o que é um açude, fomos conhecer de perto. Muitos se refrescam nela, outros pescam. E o bolo de fubá? Susana fazia um especial, eu adorava esse bolo, e tive a oportunidade de ver como dá trabalho fazer, porque primeiro tinha que cozinhar o purê de milho mexendo sem parar, e aquilo ficava pulando e pulando, nossa, perigoso queimar a mão, mas ela sorria e continuava a mexer até cozinhar. Depois é que os demais ingredientes eram adicionados, misturava, ia ao forno e ...mamia.. só de lembrar dá água na boca. E o cuscuz? Feito no cuscuzeiro e temperado apenas com pitada de sal e pitada de açúcar? Fizeram também com fatias de banana da terra, com um bocadinho de tapioca, é uma delicia!!! Simples e nutritivo! Todas as vezes que eu ia para lá, era tratada como rainha, é um pessoal que fazia de tudo para me ver bem, me ver satisfeita e alegre. Conheci também a prima, Gilma, que pessoinha que ri o tempo todo!! Conheci os pais de Gilma,o filho, que ternura! São Domingos tem um hospital, mas a depender do caso, tem uma ambulância para transportar o doente até Feira de Santana ou Salvador. E a feira? O feirinha grande, as verduras fresquinhas, sem agrotóxico, farinha de mandioca , feijão, temperos vários... Ah! Na casa da mãe de Solange tem um pé de acerola , gente como é bom ir apanhando as frutinhas no pé e comendo! Ganhei três mudas de cravo, da mãe dela, somente uma vingou, trouxe para são Paulo, quase morreu, depois de dois anos , ela ficou firme e já floriu, me deu um buque de 10 flores, na verdade, acho que se chama cravina, já fiz mais mudas e vou replantar beirando o muro da garagem. E forró? Tem muito, mas eu não fui a nenhum deles, pelo que me lembro. É que eu não sabia dançar, e nem hoje sei... hihihi E eu? Só tenho a agradecer esta hospitalidade tão generosa, tão preciosa, amigos assim é mais uma benção de Deus! AMO VOCES! AMO ESTA TERRINHA! AMO SALVADOR!

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