quarta-feira, 17 de março de 2010

Minha Segunda Família

Citarei apenas os nomes, por questão de ética. Meu primeiro domingo em Salvador foi conhecer os pais de Isa, Ernani e Lourdes, a irmã, o irmão, que com o decorrer do tempo, e o carinho que crescia entre nós, eles passaram a ser meus pais e meus imãos. Minha segunda família ia crescendo à medida que ia conhecendo os demais integrantes, Marina, Isabel, Didi, Dorinha, Valquiria, Judith e seus respectivos companheiros e filhos. Ernani me ensinou o que é o amor incondicional, ele sempre me abraçou com tanto carinho, e me chamava de alemã nordestina, pois adorava e adoro farinha de mandioca, e em tudo eu colocava farinha de mandioca, babava quando tinha uma farofa de couve, farofa de milho, de manteiga entre tantas outras deliciosas. Na época eu comia carne, e quando tinha strogonoff eu só comia com farinha de mandioca! Conheci Maurinha , a secretaria da família, uma senhorinha que me olhava desconfiada, me olhava com curiosidade, talvez me perguntado, o que eu estava fazendo lá, esta branquela aguada, mas o tempo foi passando, e eu passei a conversar com ela como se fossemos velhas conhecidas, aprendi a amá-la também. Veio a falecer, sempre me lembrarei dela, seus olhos, sua pele... Com Ernani eu aprendi a abraçar meu genitor, Ernani foi o meu anjo de guarda, confiava em mim , até deixou eu dirigir o seu carro, fosse onde fosse, lá na ilha de veraneio. Foi a primeira pessoa que quando faleceu, eu continuei a amá-lo, e não entendia o porquê. Pois quando morria alguém, era o fim, e tudo passava a ser: era, foi, gostava... mas com Ernani não, eu continuei amando e o amo até hoje. Tempos depois Lourdes, minha mãe preta, assim eu a chamava, veio a falecer também. Os tenho no coração e agradeço sempre, toda vez que penso neles, o quanto fui amada, o quanto minha mãe preta cuidava de mim, é, quando fiz uma cirurgia , quem cuidou de mim foi ela, ela não deixava faltar suco, lanche, cuscuz então, nossa eu gostava e ela fazia, era um dengo só. Foi com ela que aprendi o que é ter dengo, o que é ser dengosa. No café da manhã ou da tarde, tinha cuscuz, mandioca cozida, ou era banana da terra frita, inhame cozido, muito bom, muito nutritivo, eu gostava de comer as raízes ao invés do pão. E os almoços? Ceia de natal? Um cozido que era de lamber os beiços e pedir bis!!! Lúcia, irmã querida, até hoje, assim como Isa e o irmão, muitos momentos bons passamos juntos, muitos momentos na ilha, cujas águas calmas sem ondas eu conheci, pois até então só conhecia praia com ondas. E quando nasceu o neto deles? Nossa, meu primeiro sobrinho emprestado, quanto aprendizado. Ele nasceu em junho e continua sendo meu xodó, o meu primeiro sobrinho de sangue nasceu em novembro. E Marina? É minha terceira mãe na terra, amo e amo, e o interessante, que só fui saber que a amava tanto assim, quando ela ficou hospitalizada. Eu perdi o chão, eu só queria estar ao lado dela, eu até consegui entrar na UTI, como filha adotiva, e entregar um terço a ela, pois sabia que ela gostava muito de orar. Eu não sei explicar, sei que aprendi que a gente não se dá conta do quanto gosta da pessoa, até ter uma experiência e não saber se vai continuar vivendo. A gente estava junto sempre quando podia, sempre foi muito bom, e para mim era normal, apenas gostava dela. Para minha surpresa, este fato me mostrou o quanto a amo. O companheiro dela, é especial, com ele aprendi outras formas de ver a vida, ou encarar a vida. Eu o considero como um pai. Isabel quando teve sua filha, eu me emocionei, carreguei no colo (hoje está uma moça linda, simpática, meiga) é, a família estava crescendo mais e mais. E o tempo passou e veio outro filho de Isabel, meu segundo sobrinho emprestado. Hoje ao ouvir, ou ler, ambos me chamando de tia, nossa meu coração..., não tenho palavras, só sei que é gratificante, o sentimento que sinto por eles não tem descrição... Didi e Dorinha? Quando compareciam aos aniversários conversávamos sobre vários assuntos. Dorinha, mesmo operada dos olhos, com recomendação médica de permanecer em casa, de repouso, foi à minha formatura, em 2003! Sempre me emociono quando me lembro disso, quando vejo as fotos... Que gesto mais do que especial este o de Dorinha e Didi! Sempre que me lembro, agradeço a Deus por tamanha dedicação! Karol, também aprendi a gostar dela, foi difícil, pois não sou fácil. Ela me deu um anjo, ele está no meu altar, orando por todos. Em meados de 1996(!) junto com o companheiro, Karol me presenteou no meu aniversário com uma panela para fazer “foundie” acho que se escreve assim, agora, acreditem, trouxe para cá, mas até hoje não usei, por não saber usar! Não tenho costume, mas eu vou aprender! Esta família, Karol e a mãe dela também, me incentivaram a prestar o vestibular para Faculdade em Educação Artistica, onde passei em quarto lugar! Me formei em três anos e meio ao invés de quatro, pois cursei algumas disciplinas nas férias. Lelinha, foi meu anjo da guarda , pois me ensinou como elaborar uma redação! Judith me encaminhou para o meu estagio na escola municipal em pau da lima... Como agradecer a Deus por tamanha benção? Ter estas pessoas como parte de mim, é uma benção!
Após 23 anos de Salvador, hoje moro em Indaiatuba, há dois anos, sempre me lembro dos bons momentos, dos tristes também, mas os tristes me fizeram crescer, mudar por dentro, crescer, e os alegres me fizeram reviver e acreditar na vida. Podia escrever mais, afinal 23 anos tem muita coisa para contar, mas fica para uma próxima oportunidade, conforme for lembrando, escrevo e coloco no blog. Este texto eu ofereço aos que estão no céu e os que aqui continuam como agradecimento por tudo que fizeram por mim, e deixar registrada esta etapa de minha vida, visto não ter filhos que possam continuar falando de mim e de como fui feliz nesta terra abençoada por Deus! Continuarei visitando esta terra e desejando poder visitar a todos, pois sempre que vou é por curto tempo e não dou conta de ver a todos. Desejo que Deus os abençoe sempre!
AMO VOCES! AMO SALVADOR!

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